O Vaticano e a pedofilia dos padres nos EUA Cardeal Dolan pediu ao Vaticano para esconder milhões de dólares para não pagar às ví...
O Vaticano e a pedofilia dos padres nos EUA
Cardeal Dolan pediu ao Vaticano para esconder milhões de dólares para não pagar às vítimas de abuso sexual nos EUA
O Mais alto clérigo da igreja católica romana da América do Norte obteve permissão do Vaticano para movimentar $ 57 milhões dólares (£$ 38 milhões) de fundos da igreja para protegê-la de pagamento de indenizações para as vítimas de abuso sexual de padres da igreja de Roma.
Por Jon Swaine , New York – 05:10 BST 02 de julho de 2013
O cardeal Timothy Dolan, o presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, disse a funcionários do Vaticano, em uma carta de 2007, que a transferência do dinheiro oferecia “melhor proteção dos fundos da igreja nos EUA do que qualquer reivindicação legal”.
Ao Cardeal Dolan, que agora é o atual arcebispo de Nova York, foi creditado como ajudando a erradicar um escândalo de abuso sexual grave em sua anterior arquidiocese na cidade de Milwaukee, no estado do Wisconsin.
O cardeal Timothy Dolan era um candidato para suceder o Papa Bento Foto: AFP
No entanto, durante muito tempo ele insistiu que nunca procurou deliberadamente proteger os fundos da igreja das vítimas de abuso sexual por parte do clero da sua arquidiocese, que ele liderou como arcebispo entre 2002 e 2009.
No entanto, em 4 de junho de 2007, ele propôs que os ativos da igreja fossem transferidos para “uma piedosa fundação autônoma”, que ele havia estabelecido um mês antes, destinado a financiar a manutenção dos cemitérios na sua arquidiocese.
A carta foi publicada entre as mais de 6.000 páginas de documentos liberados como parte de um acordo judicial entre a arquidiocese de Milwaukee e os advogados representando 570 pessoas com processos pendentes contra a igreja por pedofilia.
O Pedido do Cardeal Dolan foi aprovado pelo Vaticano cinco semanas após receber a sua carta, de acordo com os arquivos. A igreja já estava enfrentando centenas de ações judiciais sobre suposto abuso sexual infantil na época.
Os arquivos liberados incluem extensos excertos dos arquivos pessoais de 42 membros do clero da arquidiocese de Milwaukee contra quem havia alegações“fundamentadas” de abuso sexual ocorridos por volta dos anos 80.
Os advogados das supostas vítimas acusaram o Cardeal Dolan de ajudar a arquidiocese para realizar a fraude, com uma declaração de falência depois de passar o dinheiro para o fundo de administração dos cemitérios.
“Estes documentos mostraram que, se eles querem esconder o dinheiro (da igreja) para protegê-lo dos que sofreram abuso sexual, que eles podem atuar rapidamente como uma raposa”, disse Jeff Anderson, um dos advogados do processo de pedofilia. ”Se eles querem proteger os seus filhos, se eles têm pleno conhecimento das crianças em perigo, eles mantêm segredo, enquanto o Vaticano se arrasta em seus pés.”
Um porta-voz do cardeal Dolan descreveu as declarações como “velhos e desacreditados ataques”. O porta-voz disse que os documentos mostram que os bispos tinham mantido promessas como “a remoção permanente do ministério de um sacerdote que abusou de um menor, e a cooperação completa com os policiais em suas investigações”.
No entanto, a carta ameaçou desafiar a reputação do Cardeal, que ganhou aplausos dentro da igreja de Roma pela sua constante manipulação do escândalo de pedofilia da arquidiocese de Milwaukee depois de ele ter sido nomeado para resolvê-lo.
O Cardeal Dolan também tornou-se conhecido como um crítico eficaz da reforma do seguro saúde do governo norte-americano do presidente Barack Obama, que obriga os empregadores a pagar por planos de saúde, incluindo a contracepção das mulheres.
Apoiadores da causa apontaram para outros documentos nos arquivos liberados que mostraram que em 2003, o então arcebispo Dolan pediu ao Vaticano para excomungar um sacerdote que tinha sido acusado de abusar sexual e repetidamente de crianças.
“O impacto sobre suas várias vítimas (de pedofilia) tem sido significativo“, escreveu ele.“A Arquidiocese de Milwaukee ainda não conseguiu sequer localizar todas as vítimas potenciais que poderiam surgir para obter assistência. Essa nossa nova descoberta nos dá a consciência da gravidade dos danos causados pelo abuso sexual efetuado por parte do clero e que torna impossível para nós ignorar esta situação”.
Apesar de sua pressão, o escritório do Vaticano em Roma que supervisiona as alegações de abuso sexual, que era então presidido pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, que passou a ser o Papa Bento XVI, levou mais de um ano para demitir o clérigo formalmente acusado de pedofilia.
No entanto, os documentos também mostraram que a Arquidiocese de Milwaukee pagou padres pedófilos, com dezenas de milhares de dólares, ou apenas os transferiu para outro lugar, em vez de removê-los da igreja definitivamente.
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