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November 29, 2024

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EUA: dez perguntas sobre ameaça de calote do país


DEZ PERGUNTAS SOBRE A AMEAÇA DE CALOTE NOS ESTADOS UNIDOS:
1. Os Estados Unidos quebraram? 
Não. O país enfrenta um problema político. Nos Estados Unidos, existe uma lei que estabelece um limite para o endividamento do governo. Atualmente esse teto é de US$ 16,7 trilhões.
Para aumentar essa margem, o governo precisa de autorização do Congresso. No Senado, a maioria dos parlamentares é democrata, mesmo partido do presidente Obama, e apoiam a ampliação do teto da dívida. 

DEZ PERGUNTAS SOBRE A AMEAÇA DE CALOTE NOS ESTADOS UNIDOS:
A Câmara dos Representantes (equivalente a Câmara dos Deputados no Brasil), no entanto,  é dominada pelos Republicanos, partido de oposição ao governo de Obama.
O partido da oposição tenta utilizar o impasse para obrigar o governo a adiar a implementação do programa de saúde conhecido como Obamacare, uma das principais promessas de campanha de Obama durante a corrida presidencial. Tecnicamente, os Estados Unidos já atingiram esse limite de endividamento, mas têm usado uma série de “medidas excepcionais” para seguir pagando as suas contas em dia. 
 2. Por que a dívida cresceu tanto e bateu no teto? 
As contas de um país são como as de cada um de nós: quando se gasta mais do que se ganha, é preciso arranjar alguma maneira para pagar a diferença. Quando o governo federal gasta mais do que recebe em impostos, o que normalmente acontece, é preciso tomar empréstimos para pagar o restante das contas. Nos Estados Unidos, gastos militares e sociais historicamente sempre impulsionaram as despesas .
Um dos motivos para a disparada recente nos gastos foi a crise financeira de 2008. Para evitar estragos maiores na economia, o governo criou vários estímulos, de ajuda a bancos a socorro a cidadãos sob risco de perder suas casas. Por vários anos, gastou mais do que arrecadou, acumulando déficits que tiveram de ser financiados com a emissão de títulos. 
3. Qual é o problema político?   
Os Republicanos, que fazem oposição ao presidente Obama, têm maioria de votos na Câmara e os Democratas controlam o Senado. Para autorizar o aumento no limite de endividamento, os republicanos pediam um pacote de compensações do presidente, com corte de gastos. Entre os pedidos dos republicanos está o adiamento da reforma de saúde aprovada por Obama, conhecida como Obamacare, que estende o atendimento médico a americanos sem plano de saúde. 
 O projeto foi uma promessa de campanha do presidente e já foi aprovado pelo Congresso e pela Suprema Corte, mas os republicanos alegam que a proposta aumenta os gastos do governo federal. Como Obama não não concorda com as pedidas da oposição, chegou-se a um impasse: o que uma casa legislativa aprova é vetada pela outra. 
4. O que acontece na quinta-feira, dia 17 de outubro? 
 O limite atual de endividamento dos Estados Unidos (quase US$ 17 trilhões) já foi atingido em maio, mas os Estados Unidos têm usado uma série de “medidas extraordinárias” para seguir pagando as suas contas em dia. O dia 17 de outubro é estimado por analistas como a data em que o Departamento do Tesouro americano ficará sem essas “medidas extraordinárias”.  
5. Os EUA vão deixar de pagar suas contas já nesta quinta-feira? 
 A primeira falta de pagamentos pode não ocorrer no dia 17, mas a estimativa de analistas é que isso ocorra logo depois. A partir dessa data, o governo federal só terá recursos para pagar cerca de 68% de suas contas para o próximo mês.  
 Ticker luminoso da cadeia noticiosa ABC, em Nova Iorque, com a notícia da diminuição da classificação da dívida
6. Há uma data marcada para o calote? 
 Não há uma certeza. Muitos analistas avaliam que o dia 1º de novembro será o dia do verdadeiro caos. Caso o limite para endividamento não seja ampliado, é nessa data que o governo dos Estados Unidos não será capaz de cumprir a totalidade dos pagamentos de benefícios sociais e remuneração militar, caracterizando o “calote”. 
7. O teto da dívida é o que está provocando fechamento de parques, museus, monumentos e até falta de pagamento para funcionários públicos nos Estados Unidos? 
 Não. O que está provocando o fechamento de vários serviços americanos considerados não essenciais é a falta de aprovação do Orçamento federal. O tema é motivo de outro impasse envolvendo os parlamentares. Democratas e republicanos não conseguiram chegar a um acordo até o dia 1 de outubro, início do ano fiscal americano, e o governo foi obrigado a reduzir os custos. 
O resultado é que mais de 800 mil funcionários públicos receberam licença sem pagamento e serviços como museus e parques ficaram fechados. Outros milhares de trabalhadores foram convocados a trabalhar sem pagamento e só receberão salário  o acerto for fechado no Congresso. A expectativa é que seja realizado um acordo conjunto, envolvendo orçamento e a ampliação do limite de endividamento. 
8. O que pode acontecer com a economia mundial se os Estados Unidos deixarem de pagar suas contas? 
As perspectivas são muito negativas. Como os Estados Unidos são considerados o país mais seguro do mundo para investimento, analistas estimam que um calote nos pagamentos criaria grande perturbação nos mercados em todo o mundo, com o congelamento na concessão de crédito, alteração na cotação do dólar e aumento na taxa de juros norte-americana. Os mais pessimistas estimam uma crise financeira maior que a de 2008. 
 9. Quais os reflexos para o Brasil ?
 Pelo ineditismo da situação, é difícil estimar o impacto, mas o ponto em que todos concordam é que o Brasil não escaparia ileso de um calote americano. A crise de credibilidade gerada pela falta de pagamento poderia pressionar um aumento maior na taxa de juros também nos países emergentes, uma alternativa para deixar os títulos mais atrativos.  Além disso, o país é  grande parceiro comercial do Brasil. Uma eventual desaceleração econômica representaria uma diminuição das exportações brasileiras para lá. 
10. O que o presidente Obama pode fazer para evitar o calote?
  A aposta segura e constitucional é a aprovação da proposta no Congresso, mas se a negociação com falhar, o presidente pode tomar algumas ações, nenhuma com 100% de aprovação. Entre as quais, está a possibilidade de Obama ignorar o teto da dívida e continuar emitindo títulos para permitir o pagamento das contas.
A medida unilateral, no entanto, violaria o artigo 1 da Constituição americana e deixaria o presidente sujeito à impugnação. Também existe a chance do governo passar a priorizar as despesas que serão pagas, colocando os pagamentos de juros no topo da lista e cortando despesas do orçamento. Esta opção poderia lançar a economia em uma nova recessão.
Edição e imagens:  Thoth3126@gmail.com www.thoth3126.com.br

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