A criação do Banco de Investimentos dos países BRICS lança desafio ao predomínio financeiro dos EUA China diz que já há consenso pa...
O Banco de Investimentos do bloco deverá ser criado durante reunião de cúpula na próxima semana, no Brasil. Líderes políticos dos países Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS) vão se reunir em Fortaleza, no estado do Ceará.
Da Reuters, http://portuguese.ruvr.ru e http://g1.globo.com
Os cinco países que formam os BRICS chegaram a um amplo consenso sobre a criação do banco de desenvolvimento de US$ 100 bilhões, embora algumas diferenças permaneçam, afirmou um diplomata chinês nesta segunda-feira (7) antes da reunião de cúpula no Brasil na próxima semana.
Um funcionário sênior do governo brasileiro havia dito em maio que as cinco nações do Brics estavam abertas a concordar em financiar o banco da mesma forma, dando-lhes os mesmos direitos.
“Estamos plenamente confiantes de que podemos chegar a um consenso e criar o banco de desenvolvimento dos Brics nesta reunião”, acrescentou. “Neste tipo de problema técnico, os membros devem estabelecer um consenso através de consultas amigáveis”, disse Li, referindo-se à emissão de ações do banco.
O banco terá de ser ratificado pelos Parlamentos dos países e poderia começar a emprestar em dois anos, segundo informações dadas pelo funcionário brasileiro à Reuters.
O mundo já está cansado do sistema de Bretton Woods e do predomínio do dólar.
O futuro Banco de Desenvolvimento do BRICS, diferentemente do FMI e outras instituições financeiras, não vai exigir a aplicação obrigatória de reformas estruturais, a elevação de impostos ou a pressão política, ligada à vontade de um ou de outro membro do FMI de intervir nos assuntos internos de outro país. Mais uma diferença importante será uma distribuição igual das quotas-partes no banco. Entretanto, as quotas do FMI foram distribuídos durante várias décadas segundo padrões antigos, mas a economia da China, nestes tempos, cresceu em várias vezes.
Ao mesmo tempo, os EUA não estão interessados em perder o direito de veto, renunciando a ratificar as novas regras de distribuição de quotas. Em resultado, a China não pode emprestar montantes necessários ao FMI. O mesmo diz respeito a outros países. Em outras palavras, a estrutura do FMI tem caducado e exige uma revisão. Comenta uma analista, Anna Kokareva:
“O FMI renunciou a financiar projetos do Brasil, Índia e África do Sul. Estatisticamente, a presença do FMI e do BM naqueles países não é grande. Eles precisam de meios para o desenvolvimento e decidiram por isso constituir um banco análogo que, porém, será mais leal a eles”.
Os cinco países do BRICS incluem quase 50% da população mundial e por isso há muitos projetos que devem ser financiados. Inicialmente, o capital bancário não será suficiente para financiar todos os projetos. Mas os cinco países já acordaram que o capital do banco do BRICS seja aumentado, continua Anna Kokareva:
“O banco terá seu capital social que na etapa atual constituirá US$ 50 bilhões de dólares. Os votos serão distribuídos pelo princípio de paridade e os projetos serão discutidos, votados e só após a aprovação – financiados”.
É evidente que inicialmente o Banco de Desenvolvimento do BRICS não poderá substituir o FMI. Mas os países do Grupo não pretendem por enquanto alcançar tais objetivos. Mas o surgimento de tal instrumento como banco de desenvolvimento ajudará estes países a desenvolver-se, podendo no futuro desfiar o predomínio dos EUA no mundo financeiro.
Fonte http://www.verdademundial.org/