O Papa Bento XVI, no seu discurso natalício de 2012 à Cúria Romana, avisou contra aquilo a que se chama a “teoria do género”. Esta teor...
O Papa Bento XVI, no seu discurso natalício de 2012 à Cúria Romana, avisou contra aquilo a que se chama a “teoria do género”. Esta teoria, que coincide com o aumento da homossexualidade na sociedade, defende que não existe nenhuma natureza masculina ou natureza feminina dada por Deus. As pessoas são livres de escolher e refazer o seu género.
A aceitação dessas teorias não só desafia Deus e a natureza, mas também dá origem à perseguição dos cristãos e de qualquer pessoa que se oponha ao programa pró-homossexual, como explicaremos mais tarde.
Natureza desafiada
O Papa Bento avisou relativamente à teoria do género: “De acordo com tal filosofia, o sexo já não é um dado originário da natureza que o homem deve aceitar e preencher pessoalmente de significado; [em vez disso] é uma função social que cada qual decide autonomamente, enquanto até agora era a sociedade quem a decidia.”
Por outras palavras, quem promove a teoria do género defende, falsamente, que nunca existiu nenhuma natureza masculina ou natureza feminina que nos define desde a conceção. Em vez disso, a sociedade é que escolheu esses papéis de género para nós. O género não é algo que se encontre dentro do homem como parte da sua essência, sendo, em vez disso, imposto a partir do exterior. Chegamos a um ponto em que é o indivíduo que decide esses papéis de género para si próprio.
“Salta aos olhos a profunda falsidade desta teoria e da revolução antropológica que lhe está subjacente”, afirma Bento. “As pessoas contestam o facto de possuírem uma natureza pré-constituída pela sua corporeidade, que caracteriza o ser humano. Negam a sua própria natureza, decidindo que esta não lhes é dada como um facto pré-constituído, mas são elas próprias quem a criam.”
O Papa apela depois ao Génesis.
“De acordo com a narração bíblica da criação, pertence à essência da criatura humana ter sido criada por Deus como homem ou como mulher. Esta dualidade [homem e mulher] é um aspeto essencial do que significa sermos humanos, tal como foi ordenado por Deus. É precisamente esta dualidade como algo adquirido que é atualmente contestada.”
Bento prossegue, lamentando: “Deixou de ser válido aquilo que se lê na narração da criação: ‘Ele os criou homem e mulher’ (Gén 1:27). Não, o que é válido agora é isto: não foi Deus que os criou homem e mulher – até agora foi a sociedade a determiná-lo, ao passo que agora somos nós mesmos a decidir. Homem e mulher como realidade da criação já não existem. O homem contesta a sua própria natureza. Agora, é só espírito e vontade.”
Este é um ponto fundamental. A verdade e a realidade já não estão centradas na natureza do homem. Em vez disso, a verdade e a realidade estão agora centradas na vontade do homem. Se um homem quiser escolher o seu género ou agir contrariamente ao seu género, deve ser livre de o fazer. O homem escolhe a sua própria “realidade” falsa.
Bento nota que há uma repugnância geral pela utilização incorreta da natureza quando se trata do mundo à nossa volta, contudo muitos querem acreditar que o homem pode restruturar a sua própria natureza.
“A manipulação da natureza”, escreve ele, “que hoje deploramos relativamente ao meio ambiente, torna-se aqui a escolha básica do homem a respeito de si mesmo. Agora existe apenas o homem em abstrato, que em seguida escolhe, ele próprio, qual vai ser a sua natureza. Homem e mulher na sua condição de seres criados como versões complementares do que significa sermos humanos, são contestados.”
A família ameaçada
O Papa Bento explica depois os efeitos desastrosos sobre a família.
“Se, porém, não há a dualidade pré-estabelecida de homem e mulher na criação, então deixa de existir também a família como realidade estabelecida pela criação.”
Assim, a família como Deus a estabeleceu, que é pai, mãe e filhos, também pode ser alterada pela vontade do homem. O homem acreditará que pode definir a família da forma que quiser: dois homens e um filho, duas mulheres e um canário, três homens, três mulheres (como já está a acontecer) e praticamente qualquer outra aberração.
Bento avisa depois sobre as consequências relativas às crianças. “Mas, em tal caso, também a prole perdeu o lugar que até agora lhe competia, e a dignidade particular que lhe é própria... o filho tornou-se um objeto, ao qual se tem direito e que temos um direito de adquirir.”
Trata-se de uma referência indireta aos casais do mesmo sexo que exigem o “direito” de adotar crianças.
O Papa Bento vai então direito ao cerne da sua mensagem: a teoria do género é, em última análise, uma revolta contra Deus e o homem. “Quando a liberdade para ser criativo se torna liberdade para se criar a si mesmo, então necessariamente o próprio Criador é negado e, no final das contas, também o homem é despojado de sua dignidade como criatura de Deus... Quando se nega a Deus, a dignidade humana também desaparece.”
Os novos rufiões
A dignidade do homem é portanto “degradada” quando o transgenerismo passa a ser um componente aceite da sociedade. Nos Estados Unidos e noutros lugares, há pais que encorajam os filhos pequenos a escolher o seu próprio género, encorajam os rapazes a adotar o vestuário e os maneirismos das raparigas e vice-versa. Os nossos filhos também estão expostos à utilização da casa de banho das raparigas por homens transgéneros e outras coisas piores.
Um de muitos exemplos: No liceu de Hillsboro, no Missouri, EUA, no início de setembro de 2015, um estudante homossexual começou a usar saias e cabeleira postiça, disse que era mulher, autodenominou-se “Lila” e insistiu em utilizar o vestiário das raparigas.
As raparigas ficaram horrorizadas e com razão. Centenas de estudantes saíram em protesto. A resposta do rapaz foi acusar estas raparigas normais de intolerância.
“Dizem que se sentem desconfortáveis”, afirmou “Lila” a uma estação de televisão local, “não acredito nem um bocadinho que estejam. Acho que é pura e simplesmente intolerância. Eu não estava a fazer mal a ninguém e não queria sentir-me discriminado.”
Como era previsível, a administração politicamente correta da escola solidarizou-se com o rapaz homossexual que eventualmente desistiu da aula de ginástica, mas continua a utilizar a casa de banho das raparigas.
Pior ainda, os liberais nos Estados Unidos defendem “Lila” e denunciam a reação natural das colegas de escola.
O colunista Matt Walsh relata que centenas de ativistas pró-homossexuais estão a “organizar um contraprotesto … esperando finalmente intimidar e silenciar qualquer rapariga que ainda possa ter a audácia de desafiar a narrativa transgénero que a nossa cultura inventou do nada há cerca de 14 segundos. Na realidade, aproximadamente ontem, o ‘transgenerismo’ era uma noção radical marginal na periferia do charlatanismo de esquerda, mas agora, num piscar de olhos, é ‘doutrina’. Ontem, os rapazes podiam ser expulsos por entrarem no vestiário das raparigas, mas agora organizamos-lhes desfiles e apregoamos a sua ‘coragem’”.
A observação do Papa Bento está correta. Quando desafiamos a natureza, o Criador é necessariamente negado e também ao homem, em última análise, “é-lhe retirada a sua dignidade como criatura de Deus”.
Perseguição e castigo
O aumento da homossexualidade e do transgenerismo desorienta a sociedade afastando-a de Nosso Senhor Jesus Cristo. Conduz também à perseguição daqueles que não querem fazer parte da ascendência homossexual sempre crescente.
Por que é que isto aconteceu? Fundamentalmente devido ao facto de, ao longo dos últimos cinquenta anos, muito poucos dos nossos líderes da Igreja reiterarem claramente os avisos divinos contra este vício, como expresso na Escritura e no Magistério.
É raro ouvir padres e prelados denunciar este vício como um pecado mortal que envia a alma para o inferno se não houver arrependimento.
É raro ouvir um prelado falar claramente como o faz o Bispo Athanasius Schneider, que explicou que a aceitação da homossexualidade “contradiz diretamente as palavras de Deus, que diz que os atos homossexuais e o estilo de vida homossexual são uma ofensa grave contra a vontade de Deus (cf. Gen 18:20; Lev 18:22; 20:13; Is 3:9; Rom 1:26-27; 1 Cor 6:10; 1 Tim 1:10; Jud 7)”.
Ao aprovarmos este vício, preparamos o caminho para que ele seja ensinado nos programas de educação como um estilo de vida alternativo saudável a alunos das escolas da mais tenra idade.
Ao aprovarmos este vício, abrimos a porta à perseguição contra o Cristianismo. Se as uniões homossexuais, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o ‘transgenerismo’ forem declarados direitos humanos básicos, então a oposição a estes pecados será considerada um crime pelos modernos estados ateus. Aqueles que defendem as verdades do Senhor podem ser multados ou presos. Já há alguns sítios em que a citação da condenação da homossexualidade pela Bíblia é denunciada como “incitamento ao ódio”.
Em março de 2015, Tim Sweeney, líder da concessão de subsídios a favor de homossexuais, disse aos líderes empresariais norte-americanos que quer encerrar a luta política pelas isenções de liberdade religiosa [contra homossexuais] nos EUA no prazo de três anos.
Um exame realizado pela Catholic News Agency às listas de subsídios públicos e declarações de impostos “descobriu que pelo menos seis fundações e fundos concederam subsídios no total de cerca de 4,8 milhões de dólares para visar a liberdade religiosa, especialmente como é exercida pelos objetores ao casamento homossexual”.
O lobby pró-homossexual quer silenciar o Cristianismo e gasta milhões a esmagar o direito dos cristãos de resistir à aceitação pública do pecado de Sodoma.
Isto é apenas um vislumbre da enorme revolução anticristã a aumentar com o reconhecimento da homossexualidade como um estilo de vida aceitável.
Uma nação que aceita este vício não pode obter a bênção de Deus, mas apenas a Sua condenação. O profeta Isaías escreve: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal.” (Isaías 5:20).
De forma idêntica, a Sagrada Escritura ameaça de temível punição as nações que aceitam a homossexualidade. S. Pedro avisou que o Senhor “condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente”. (2 Pedro 2:6)
Será que isto pode ser um prenúncio da “aniquilação de nações” que Nossa Senhora de Fátima avisou em 1917?
Tragicamente, o Sínodo já mostrou ser amigo dos homossexuais (ver aqui e aqui), o que nos pode colocar numa trajetória que ameaça todo o edifício moral da Igreja.
Quanto a nós: vamos opor-nos ao aumento destes pecados que “bradam ao céu por vingança”, rezar pela conversão dos que estão presos neste vício e viver a Mensagem de Fátima de oração e do Rosário diário.
Vamos também pedir ao Papa para Consagrar a Rússia ao Coração Imaculado de Maria como foi pedido por Nossa Senhora de Fátima, de forma a obter o período de paz prometido tanto para a Igreja como para o mundo, o triunfo do Coração Imaculado e evitar o castigo divino.
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Fonte www.acordem.com
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